Projeto do vereador George Hato prevê a substituição desses produtos por alimentos mais saudáveis nas cantinas das escolas públicas e privadas da cidade de São Paulo.
A preocupação com a saúde e o bem-estar das crianças e adolescentes ganhou um importante aliado na Câmara Municipal de São Paulo. O vereador George Hato apresentou um projeto de lei que busca substituir produtos ultraprocessados por alimentos mais saudáveis nas cantinas das escolas públicas e privadas da capital paulista. A iniciativa, que tem como objetivo combater a obesidade infantil e promover hábitos alimentares saudáveis desde cedo, surge em um momento crucial, quando pesquisas apontam que as escolas brasileiras, especialmente as particulares, têm oferecido uma quantidade alarmante de alimentos ultraprocessados em comparação com opções nutritivas.
De acordo com um estudo coordenado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e realizado em parceria com outras 23 instituições de ensino superior, as cantinas de escolas particulares no Brasil comercializam cerca de 50% mais alimentos ultraprocessados do que aqueles considerados in natura, minimamente processados ou processados. No caso do comércio ambulante ao redor dessas escolas, essa diferença chega a 117%. Entre os produtos mais vendidos estão refrigerantes, salgadinhos de pacote, bombons e chocolates, enquanto opções saudáveis, como sucos naturais e água, aparecem em menor escala.
“Essa realidade é preocupante e exige medidas urgentes. As escolas desempenham um papel fundamental na formação de hábitos alimentares saudáveis, e não podemos permitir que se tornem espaços onde a má alimentação é incentivada”, afirmou o vereador George Hato. “Este projeto de lei é essencial para combater a obesidade infantil e garantir que nossas crianças cresçam desenvolvendo uma relação equilibrada com os alimentos.”
O estudo revela ainda que apenas 26,95% das cantinas de escolas particulares desenvolvem ações que incentivem a alimentação saudável. Além disso, a presença de publicidade de alimentos ultraprocessados é predominante tanto nas cantinas quanto nos ambulantes ao redor das escolas
O projeto de lei proposto pelo vereador George Hato visa mudar esse cenário ao estabelecer diretrizes claras para a oferta de alimentos nas cantinas escolares. Lembrando que é considerado alimento ultraprocessado, todo aquele cula fabricação envolve diversas etapas, técnicas de processamento e ingredientes, muitos deles de uso exclusivamente industrial, conforme disposto no Guia Alimentar Para a População Brasileira do Ministério da Saúde.
A iniciativa do vereador George Hato já recebeu apoio de especialistas em saúde pública e organizações voltadas à promoção da alimentação saudável, como o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). “Estamos diante de uma oportunidade única de transformar as escolas em espaços que promovam saúde e bem-estar. Essa mudança não apenas beneficiará as crianças e adolescentes de hoje, mas também moldará as gerações futuras”, concluiu o vereador.
Com a aprovação dessa lei, São Paulo poderá se tornar referência nacional na promoção de uma alimentação escolar saudável, inspirando outras cidades a adotarem políticas semelhantes. Afinal, investir na saúde das crianças é investir no futuro do país.